Copel fecha acordo com Âmbar Energia para venda de 81,2% na UEG Araucária por R$ 320 milhões
15 Décembre 2023 - 2:33AM
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A Copel assinou o Contrato de Compra e Venda de Ações
(CCVA) da participação societária total de 81,2% na UEG Araucária
com a Âmbar Energia.
O fato relevante foi feito pela empresa (BOV:CPLE6) nesta
quinta-feira (14).
A assinatura do CCVA deriva da aceitação da proposta vinculante
recebida pela Companhia no valor total de R$ 395 milhões, na
data-base de 30 de setembro de 2023, sendo o “Equity Value” de R$
358 milhões, considerando uma dívida liquida de R$ 37 milhões na
mesma data base. Dessa forma, o valor da transação equivalente à
participação da Copel no ativo é de R$ 320,7 milhões.
A proposta ainda contempla o direito de adesão da Petrobras aos
termos da proposta, em relação aos seus 18,8% de participação na
UEGA, até a data de 26 de fevereiro de 2024. A operação está
sujeita ao implemento de condições precedentes comuns nesse tipo de
negócio, tais como a aprovação pelo Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (CADE). O fechamento da operação é estimado para
ocorrer antes de 31 de março de 2024.
O desinvestimento desse ativo faz parte do processo de
descarbonização da matriz de geração, fortalecendo os pilares para
a perenidade e o crescimento sustentável dos negócios, além de
estar aderente ao Planejamento Estratégico Empresarial da Copel –
Visão 2030.
Sobre a UTE Araucária – Usina Termoelétrica a Gás de
Araucária
A UTE Araucária é uma usina de geração a gás natural com
capacidade instalada de 484,15 MW que opera em ciclo combinado
(duas turbinas a gás e uma turbina a vapor) e atua na modalidade
conhecida como “merchant”.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI classificou o desinvestimento com muito positivo
para companhia elétrica, uma vez que a UEGA tem sido um ativo que
drena dinheiro, pois não tem um contrato de fornecimento de gás a
longo prazo, forçando-a a operar como uma central elétrica
comercial, sem um fluxo consistente de receitas para cobrir os seus
custos fixos.
Segundo cálculos do BBI, a venda adiciona R$ 100 milhões em
valor patrimonial à Copel, abaixo do preço de venda anunciado, o
que significa que aumentaria o preço-alvo marginalmente, apenas em
R$ 0,06 por ação.
No 3T23, o valor contábil da UEGA era de aproximadamente R$ 47
milhões, mas é provável que a Copel consiga reverter o valor
recuperável de R$ 200 milhões que registrou no ativo, justificando
esse movimento com o acordo de M&A. Isto é importante porque
definirá o valor do ganho contábil e impostos a serem pagos quando
o negócio for fechado no 1T24.
Independentemente disso, assumindo o pior cenário (sem reversão
de redução ao valor recuperável), a Copel deverá reportar um ganho
de cerca de R$ 243 milhões com esta operação (preço de venda de R$
291 milhões – R$ 47 milhões BV), levando a um pagamento de impostos
de R$ 83 milhões. Isso acabaria deixando a Copel com caixa líquido
de R$ 207 milhões provenientes da transação.
Nesse cenário, a venda da UEGA reduzirá o múltiplo de dívida
líquida/Ebitda da Copel em 0,08 vez, aumentando a possibilidade de
um dividendo “extraordinário” acima do pagamento esperado de 50%.
Supondo que todos os R$ 207 milhões sejam pagos como dividendos, o
rendimento incremental seria de 0,7%. Para os analistas, isso não
necessariamente seria transformacional, mas seria um bom primeiro
passo que indica o que pode acontecer a seguir, uma vez que a Copel
venda a distribuidora de gás Compagas no primeiro semestre de
2024.
Para o BBI, outra boa externalidade desta transação é que ela
reduzirá a pegada de carbono e poderá ajudar a reduzir qualquer
resistência de investidores/fundos ESG para ingressar na base de
acionistas da Copel.
O BBI destaca que a Copel continua sendo sua principal escolha
no setor (seguida pela Sabesp e Eletrobras), com classificação
outperform (recomendação acima da média do mercado, equivalente à
compra) e preço alvo para o final de 2024 de R$ 12,50 por ação.
JPMorgan
O JPMorgan também avalia a transação como positiva, uma vez que
a empresa conseguiu vender um ativo que queimava caixa por R$ 291
milhões em capital próprio (ajustado).
Segundo o JPMorgan, a combinação da transação mais os custos
evitados resulta em um benefício de R$ 462 milhões para a
Copel.
Analistas do banco ainda destacam que o valor pode aumentar se
for isento de imposto sobre ganho de capital, traduzindo se em um
impacto positivo de R$ 0,15 por ação ou +1,5% da capitalização de
mercado.
O JPMorgan também reitera recomendação equivalente à compra e
preço-alvo de R$ 12.
Morgan Stanley
O Morgan Stanley destaca ainda que a operação faz com que a
Copel se concentre em ativos essenciais, além de mitigar sua
exposição a um ativo que vem contribuindo negativamente para seus
resultados operacionais (ou seja, Ebitda ajustado negativo de US$
50 milhões nos nove primeiros meses de 2023).
Embora relativamente pequeno, a avaliação ficou acima da
estimativa patrimonial para o ativo de -R$ 35 milhões. Além disso,
deverá contribuir ainda mais para reduzir a alavancagem da empresa
(-0,1 vez dívida líquida/Ebitda, para 2,2 vezes). O Morgan
acrescenta que combinado com outra potencial venda de ativos (ou
seja, Compagas), a redução da alavancagem poderia abrir caminho
para dividendos extraordinários.
Informações Infomoney
COPEL PNB (BOV:CPLE6)
Graphique Historique de l'Action
De Mai 2024 à Juin 2024
COPEL PNB (BOV:CPLE6)
Graphique Historique de l'Action
De Juin 2023 à Juin 2024