Braskem (BRKM5): prejuízo líquido de R$ 3,73 bilhões no 2T24, aumento de 385%
08 Août 2024 - 1:49PM
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A Braskem reportou no segundo trimestre de 2024 um prejuízo de
R$ 3,736 bilhões, 385% maior ante as perdas de R$ 771 milhões no
mesmo período de 2023. O resultado foi pior na comparação com os
três meses imediatamente anteriores, quando havia apurado prejuízo
de R$ 1,345 bilhão, de acordo com o balanço trimestral divulgado
pela empresa.
De acordo com a Braskem, o prejuízo líquido aconteceu em função,
principalmente, do impacto de R$ 4,5 bilhões de variação cambial
negativa no resultado financeiro, que é explicado majoritariamente
pelo efeito da depreciação do real sobre a exposição líquida da
companhia no período.
A receita líquida somou R$ 19,075 bilhões, alta de 7% ante um
ano e avanço de 6% na comparação com os três meses imediatamente
anteriores.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) recorrente atingiu R$ 1,667 bilhão no período, alta de
137% ante um ano. No intervalo trimestral, por sua vez, foi
registrado avanço de 46%.
A companhia aponta que o avanço sequencial no Ebitda foi
provocado pelo aumento de 19% no spread (margem) de principais
produtos químicos e resinas nas operações da companhia. Na relação
anual, o impulso no indicador foi explicado pela combinação entre
aumento nos spreads e maior volume de vendas no mercado
brasileiro.
Os resultados da Braskem (BOV:BRKM3)
(BOV:BRKM5) (BOV:BRKM6)
referentes suas operações do segundo trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 07/08/2024.
VISÃO DO MERCADO
A repercussão dos resultados da Braskem mostra por que nem
sempre o dado de lucro é o mais importante a ser olhado, sendo mais
efetivo olhar para o conjunto de resultados.
A petroquímica anunciou na noite de quarta-feira prejuízo
líquido de R$ 3,74 bilhões para o segundo trimestre, um salto de
385% sobre o desempenho negativo de R$ 771 milhões registrado no
mesmo período de 2023. Contudo, os resultados foram bem recebidos,
com a ação subindo 3,65%, a R$ 17,30, às 14h58 (horário de
Brasília) desta quinta.
O salto do prejuízo ocorreu principalmente em meio à forte
pressão da variação cambial sobre o resultado financeiro da
petroquímica, enquanto analistas viram progresso nos dados
operacionais da companhia.
O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, por sua vez,
foi de R$ 1,67 bilhão, bem acima (+137%) dos R$ 703 milhões
apurados no segundo trimestre de 2023.
Analistas, em média, esperavam prejuízo líquido de R$ 2,9
bilhões e Ebitda de R$ 1,67 bilhão, segundo dados da Lseg.
A XP ressalta que o Ebitda superou a sua projeção em 4%.
Enquanto isso, oO aumento dos spreads petroquímicos, tanto nos
principais produtos químicos quanto nas resinas, impulsionou a
melhora do Ebitda, que foi apenas parcialmente compensada pelo
impacto operacional das enchentes no Rio Grande do Sul.
A dívida líquida aumentou para US$ 5,5 bilhões no 2T24, mas a
alavancagem diminuiu de 8,6 vezes no 1T24 para cerca de 7,2 vezes a
relação entre dívida líquida/Ebitda dos últimos doze meses. Assim,
houve grande melhora sequencial, enquanto ocorreu pequena superação
nas expectativas.
A XP ressaltou que, como previa, os spreads petroquímicos
internacionais de fato proporcionaram um impulso sequencial para os
resultados da Braskem no 2T24. Os spreads dos principais produtos
químicos no Brasil aumentaram em 19% em relação ao trimestre
anterior, enquanto o spread das resinas também aumentou em 8% em
relação ao trimestre anterior. O spread de PE (Polietileno) para
etano no México aumentou em 4% no trimestre, enquanto os spreads
médios nos EUA e na Europa diminuíram em 2%. “Apesar da melhora
sequencial, os mercados petroquímicos ainda estão em meio a um
ciclo de baixa, e as margens de contribuição continuam apertadas”,
avalia a XP.
As provisões da Braskem para o incidente na mina de sal de
Alagoas totalizaram R$ 4,8 bilhões no final do 2T24. A redução se
deve principalmente aos pagamentos realizados, parcialmente
compensados por uma provisão adicional de R$ 362 milhões com a
atualização das estimativas de custos relacionadas à implementação
e ao progresso na maturidade dos projetos, iniciativas e programas
presentes nas frentes de ação em Alagoas.
Para o Bradesco BBI, os resultados do 2T24 da Braskem mostraram
uma melhoria trimestral, conforme esperado, mas permaneceram
globalmente deprimidos. O banco ajustou suas estimativas e tem um
novo preço-alvo para o final de 2025 de US$ 8,50 por ADR, ou recibo
de ações negociado nos EUA (R$ 22/ação), em comparação com o
preço-alvo anterior para o final de 2024 de US$ 10 por ADR (R$
28/ação).
O banco vê que a companhia deve seguir com dificuldades em
termos de fluxo de caixa do acionista devido aos grandes
desembolsos esperados para Alagoas em 2024 (US$ 550 milhões) e 2025
(US$ 450 milhões).
Apesar da recomendação neutra, que basicamente vem de uma visão de
um ciclo difícil ao longo deste ano e do próximo, o BBI vê
potencial de alta em relação à média do mercado devido a: (i)
recente forte depreciação do real, (ii) aumento vertiginoso dos
preços dos contêineres e (iii) um potencial aumento nas tarifas de
importação de resinas no Brasil.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Reuters
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