Oi chega a acordo com a maior parte dos credores a respeito dos novos termos do plano de recuperação judicial
27 Mars 2024 - 1:55PM
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Após dois dias de negociações intensas, a Oi chegou a um acordo
com a maior parte dos credores a respeito dos novos termos do plano
de recuperação judicial. Agora a proposta será redigida formalmente
e votada numa próxima assembleia, em 10 de abril. Até lá ficam
suspensas as cobranças e execuções contra a companhia. Essas
definições tiveram apoio de 65,4% dos credores. Ou seja: apesar do
acordo, não há uma folga larga de aprovação.
Nesta reta final, a negociação estava concentrada nos detentores
de títulos internacionais de dívidas da Oi (bondholders) e agências
de exportação de crédito, que representam cerca de dois terços da
dívida de R$ 44,3 bilhões da tele, além de empresas de satélites e
torres. Os bancos locais – contrariados com o novo processo de
recuperação da operadora – ficaram de fora da costura desta
terça-feira, 26.
Pelos novos termos, ficou acertado que os credores financeiros
internacionais vão emprestar mais US$ 500 milhões para a Oi
(BOV:OIBR3) (BOV:OIBR4), enquanto a empresa de infraestrutura de
telecomunicações V.tal vai financiar mais US$ 100 milhões a US$ 150
milhões. Os valores foram de encontro às propostas da Oi, que
buscava liquidez.
“Esses compromissos de financiamento são fundamentais para a
viabilidade do plano de recuperação judicial a ser votado e para
lidar com as necessidades de liquidez da companhia de curto prazo”,
disse o presidente da Oi, Mateus Bandeira.
A entrada do dinheiro vai depender da aprovação do plano e da
homologação pelo juízo. Enquanto isso, os credores concordaram em
conceder um empréstimo-ponte de US$ 125 milhões (que será deduzido
dos US$ 500 milhões), com desembolso até 30 de abril.
Os financiamentos terão como garantia a participação que a Oi
tem na V.Tal; o negócio de banda larga (chamado Oi Fibra, que será
segregado para venda); 100% dos recursos líquidos que a Oi espera
receber no seu processo de arbitragem contra a Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), em que pleiteia um total de R$ 60
bilhões; e um grupo selecionado de imóveis.
A Oi confirmou vantagens aos credores que colocarão dinheiro
novo na companhia perante os demais. O saldo que eles têm a receber
ficará estruturado em uma nova dívida a ser emitida pela Oi no
total de R$ 6,75 bilhões, dividida em duas tranches, com
vencimentos no fim de 2028 e 2030. Também foi mantida a conversão
de dívidas em 80% das ações da companhia, conforme prevista no
plano anterior.
Um dos pontos sensíveis do plano era a renegociação da dívida
com as fornecedoras de sinal de satélite e torres de transmissão,
como são os casos de V.tal, American Tower, SBA, Hispamar e IHS,
entre outras. Os contratos são na modalidade “take or pay”, isto é,
em que a Oi tem que arcar com pagamentos ainda que não use a
infraestrutura.
No caso dos fornecedores com dívidas sem garantia, as partes
poderão rescindir os contratos sem penalidade a partir de 2027.
Para os valores a serem pagos até lá, haverá diferimentos e
descontos. Parte dos fornecedores que ocupam terrenos da Oi poderão
receber imóveis como amortização.
A proposta também dá um direcionamento para a operação de TV por
assinatura da Oi, cuja venda para a Sky ano passado acabou
frustrada. A operação poderá ser repassada para os fornecedores de
sinal de satélite.
Outro termo do plano de recuperação revisado foi o uso dos
recursos da futura venda da Oi Fibra, braço de banda larga da
companhia. A expectativa é levantar R$ 7,3 bilhões com o ativo,
cuja venda será fatiada em lotes regionais para se buscar ampliar o
valor total. A receita obtida com a alienação irá para os credores
que injetarem dinheiro novo e para fornecedores. O que sobrar
depois disso fica com a Oi. O grupo também prevê a venda da
participação minoritária na V.tal por R$ 8 bilhões, e a destinação
dos recursos será dividida de modo semelhante.
Também foi revisada a destinação de recursos com a venda de
imóveis. A Oi espera levantar até R$ 2,7 bilhões com a venda de
diversos terrenos e prédios comerciais espalhados pelo País,
gerando uma nova fonte de liquidez. Nas transações até R$ 100
milhões, o dinheiro fica com a companhia, enquanto nos montantes
acima disso haverá divisão com credores financeiros e
fornecedores.
Na parte de governança, haverá troca de três membros do conselho
após a conversão de dívida em ações. Além disso, o plano prevê a
nomeação de um supervisor judicial, figura com acesso às reuniões
do conselho, documentos e esclarecimentos sobre a evolução do
processo de recuperação.
Informações Broadcast
OI PN (BOV:OIBR4)
Graphique Historique de l'Action
De Mai 2024 à Juin 2024
OI PN (BOV:OIBR4)
Graphique Historique de l'Action
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