Aumento dos preços da celulose e desvalorização do real colocam as fabricantes de celulose no radar dos analistas
19 Juin 2024 - 7:31PM
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O aumento dos preços da celulose no mercado externo e a
desvalorização do real colocam as fabricantes de celulose no radar
dos analistas. E é a Klabin a empresa que captura esse cenário de
recuperação do setor, tendo elevação para compra pelo Bank of
America e manutenção em outperform (desempenho acima da média do
mercado, equivalente à compra) pela Itaú BBA.
Outra empresa do setor, a Suzano (BOV:SUZB3), também tira
proveito do cenário de aumento dos preços da commodity e segue com
recomenda de compra pelas duas instituições. No entanto, há uma
maior preocupação em relação aos desafios relacionados às
aquisições da companhia, em especial em torno a tentativa de se
chegar a um acordo para a compra da International Paper.
O Bank of America reforça que, além da expectativa de maior
demanda e aumento dos preços da celulose, há também uma recuperação
nos preços do segmento de papel kraft (utilizado em embalagens) e a
desvalorização do real frente ao dólar, que aumenta a receita das
exportações.
“Como resultado, aumentamos nossas estimativas e preços alvo em
todos os setores de celulose e estoques de papel principalmente à
medida que incorporamos novas previsões para o real/dólar, com uma
média de R$ 5 ante R$ 4,88 anteriormente”, explicaram, em
relatório.
Dentro desse cenário, a recomendação da Klabin passou de neutra
para compra.
“Vemos a Klabin como um veículo sólido que oferece alavancagem
para as três tendências mencionadas e também oferece potencial de
redução de custos este ano”, explicaram.
O preço alvo da Klabin (BOV:KLBN11) passou de R$ 24 para R$ 28,
com potencial de valorização de 16,7%. Essa atualização leva em
conta o perfil da empresa, que possui 39% do Ebitda proveniente da
celulose e conseguiu aplicar reajustes de preços para o mercado
internacional entre 10,1% e 13,6%, e dos efeitos da desvalorização
cambial.
“A Klabin também é um veículo atraente para se posicionar para
uma desvalorização do Real, já que 50% de suas receitas são
baseadas em dólares e apenas 17% de seus custos são denominados na
moeda. Calculamos que para cada 10 centavos de desvalorização do
real, seu Ebitda aumenta em R$ 113 milhões”, explicaram.
Os analistas do BofA lembram que a Klabin já atingiu um custo de
R$ 3 mil a tonelada no primeiro trimestre do ano, antes mesmo da
conclusão da aquisição dos ativos do Projeto Caeté, que deve
influenciar na redução das despesas de materiais. “Assim, vemos
espaço para surpresas positivas em relação ao guidance de custos da
companhia para o ano e estão modelando o custo caixa total/tonelada
em R$ 3.000/tonelada em média para 2024.”
O real desvalorizado favorece também a Suzano, que já possuía
recomendação de compra pelo Bank of América, mas o preço alvo subiu
de R$ 80 para R$ 84, o que incorre em um potencial de valorização
de 5%. O problema, no entanto, é a finalização e consolidação dos
ativos.
“Embora este seja um ponto de entrada atraente, também
reconhecemos o excesso de fusões e aquisições resultante da
estratégia da empresa de internacionalização e diversificação em
diferentes produtos e geografias. Com informações limitadas sobre
potenciais sinergias, valor de uma eventual oferta e tamanho do
financiamento e custo de uma aquisição, reconhecemos que há
incerteza, o que pode adicionar volatilidade às ações”,
avaliaram.
O Itaú BBA também vê um cenário positivo para as duas
fabricantes de celulose, com recomendação outperform para ambas,
devido aos preços favoráveis no exterior e recuperação a
demanda.
“O impulso dos preços da celulose em 2024 tem sido até agora
positivo surpreendeu analistas e investidores, com uma melhor
dinâmica de oferta e demanda na Europa e a transição positiva na
China”, avaliaram, lembrando que houve um aumento de 45% nos preços
na Europa.
A expectativa é que os preços médios na Suzano e Klabin fiquem
em, respectivamente, US$ 795 e US$ 725 a tonelada no ano, o que
representa cerca de US$ 35 superior ao esperado pelos analistas no
início do ano.
O preço alvo para a Suzano é de R$ 67 e, para a Klabin, de R$
26.
“Esperamos que a Suzano atinja um Ebitda de R$ 24,6 bilhões em
2024, ajudada pelos preços mais altos da celulose. (…) Mas
reconhecemos que os investidores não estão focando no desempenho
operacional, mas no incertezas em torno da potencial aquisição de
International Paper”, avaliaram.
informações Infomoney
SUZANO PAPEL ON (BOV:SUZB3)
Graphique Historique de l'Action
De Août 2024 à Sept 2024
SUZANO PAPEL ON (BOV:SUZB3)
Graphique Historique de l'Action
De Sept 2023 à Sept 2024