A Embraer entregou um total de 57 aeronaves no terceiro
trimestre de 2024 (3T24), crescimento de 33% em relação ao mesmo
período do ano passado e 24% em relação ao trimestre anterior
(2T24).
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:EMBR3) nesta
segunda-feira (21).
A Aviação Comercial entregou 16 jatos, e a Aviação Executiva
outros 41. Durante o trimestre, Defesa & Segurança entregou
duas aeronaves C-390 Millennium – a primeira aeronave para a
Hungria e a sétima para o Brasil.
A carteira de pedidos da empresa atingiu US$ 22,7 bilhões no
3T24 (resultado 25% maior no comparativo anual e quase 10% acima do
volume registrado no trimestre anterior) – alcançando seu nível
mais alto em nove anos.
Do segundo para o terceiro trimestre de 2024, Defesa &
Segurança registrou o maior aumento na carteira de pedidos (+US$
1,5 bilhão), seguida por Serviços & Suporte (+US$ 367 milhões),
enquanto a Aviação Executiva e a Comercial registraram reduções
marginais (US$ -184 milhões e US$ -168 milhões,
respectivamente).
Na Aviação Executiva, as entregas somaram 41 unidades, com alta
superior a 45% no comparativo anual e a 50% no trimestral (3T24 x
2T24). A carteira de pedidos da unidade de negócios atingiu US$ 4,4
bilhões, crescendo 3% anualmente, mas com baixa de 4% na sequência
trimestral (3T24 x 2T24).
Na Aviação Comercial, foram entregues 16 jatos (12 unidades da
família E2 e 4 da família E1), o que representa aumento de mais de
5% em relação ao trimestre equivalente em 2023.
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(BOV:EMBR3) tem:
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VISÃO DO MERCADO
Os dados, ainda que abaixo do esperado por alguns analistas
(ainda que melhores por outros), mostraram-se positivos por apontar
a empresa no caminho certo para atingir as suas projeções. Com
isso, a ação da companhia subia 4,19%, a R$ 49,99, atingindo máxima
de R$ 50,25, às 12h55 (horário de Brasília) nesta segunda-feira
(21).
O Bradesco BBI disse que a fabricante de jatos está no caminho
certo para atingir seu guidance de 2024.
As entregas de aeronaves comerciais no 3T24 cresceram em 1
unidade, em base anual, para 16 unidades, abaixo da estimativa de
consenso de 19 unidades. Na opinião do BBI, isso pode estar
relacionado à maior participação de E2s, nos quais a eficiência de
produção ainda está em fase de aceleração se comparado aos E175s e
à interrupção global da cadeia de suprimentos.
Além disso, as entregas de aeronaves comerciais no 3T24
representaram 21% da orientação para 2024 no ponto médio, +2 pontos
percentuais (p.p.) acima da média histórica, deixando 45% das
entregas ainda a serem feitas no 4T24, próximo à média histórica de
44%. “Isso mostra que as entregas da Embraer ainda estão
apresentando a sazonalidade usual, mas esperamos que isso melhore
gradualmente nos próximos anos devido às iniciativas da empresa
para reduzir essa volatilidade”, diz BBI.
Por outro lado, as entregas de aviação executiva foram uma
surpresa positiva em 41 unidades, acima do consenso de 35 e acima
das 28 no 3T23, e representando 32% das entregas esperadas para o
ano de 2024, deixando 33% necessárias para o 4T24, contra 45% nos
últimos 5 anos.
Com base nisso, o BBI acredita que a meta de 125 a 135 aeronaves
executivas é mais fácil em comparação com a meta de entrega de 72 a
80 aeronaves comerciais, e revisou seu modelo de avaliação, para
refletir a Embraer atingindo o máximo da faixa da orientação de
aviação executiva (135, contra 130 antes) e o mínimo da faixa de
orientação de entrega de aeronaves comerciais (72 contra 76
antes).
O BBI também espera que a Embraer cumpra os aspectos financeiros
de sua orientação para 2024 (ou seja, receitas de US$ 6 bilhões a
US$ 6,5 bilhões, uma margem EBIT ajustada de 6,5% a 7,5% e fluxo de
caixa livre acima de US$ 220 milhões).
O BBI reiterou recomendação de compra para as ações da Embraer,
e rolou o preço-alvo para 2025 de R$ 52 para R$ 58,00.
Já a XP investimentos classifica os números operacionais da
Embraer como positivos, sendo o ritmo acelerado de entregas na
Divisão Executiva como principal destaque.
Com relação à aviação comercial, embora reconheça o ramp-up
contínuo do lado dos E2s (o principal impulsionador do crescimento
da divisão), as entregas progrediram em um ritmo mais lento
(potencialmente atrasadas por gargalos na cadeia de suprimentos),
com 30 a 38 entregas implícitas para o 4T24, considerando o
guidance de 72 a 80 da Embraer para 2024E (contra 25 no 4T23),
sugerindo que, na opinião da XP, os valores consolidados para este
ano podem estar mais próximos do limite inferior do guidance.
Além disso, embora os números da carteira de pedidos (um proxy
para o crescimento futuro) tenham mostrado uma sólida melhoria
sequencial no trimestre (impulsionados principalmente pelos pedidos
já anunciados no lado da Defesa), a XP disse ver o múltiplo atual
EV/Ebitda (valor da firma/lucro antes de juros, impostos,
depreciações e amortizações) de 2025 de 8,5 vezes já refletindo de
forma justa as expectativas de crescimento daqui para frente.
Já o Itaú BBA disse que a Embraer relatou números de entrega
melhores do que o esperado para o 3T24, uma vez que as entregas
comerciais atingiram 16 unidades, enquanto as vendas executivas
chegaram a 41 aeronaves, superando as expectativas de 37.
Além da surpresa positiva no segmento executivo, o backlog
atingiu o maior nível visto nos últimos 9 anos em US$ 22,7 bilhões,
ante US$ 21,1 bilhões no 2T24. O aumento do backlog foi
impulsionado principalmente pelos negócios de defesa e pela divisão
de Serviços. O banco mantém classificação outperform (desempenho
acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de
US$ 43 por ADR (recibo de ações negociada na Bolsa de Nova
York).
Apesar da queda trimestral nas entregas comerciais, o BTG
Pactual comenta os números operacionais sugerem que o guidance para
2024 permanece alcançável, particularmente no segmento comercial,
sendo o principal foco para a maioria dos investidores, dada a
maior dificuldade na obtenção de componentes.
O BTG ainda destaca que um padrão semelhante emergiu em anos
anteriores, com o 3º trimestre sendo mais fraco na comparação
trimestre a trimestre, mas seguido por um desempenho mais robusto
no 4º trimestre.
Além das entregas, o BTG segue confiante na capacidade da
Embraer de cumprir seu guidance em outros indicadores-chave,
incluindo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) e geração de caixa, suportado por sua alavancagem
operacional. O banco mantém recomendação de compra para a Embraer e
preço-alvo de R$ 55.
O JPMorgan, por sua vez, comenta que os números de entregas
ficaram ligeiramente acima das expectativas. O backlog aumentou 8%
trimestre a trimestre e 28% ano a ano, atingindo US$ 22,7 bilhões –
o maior nível desde o terceiro trimestre de 2015.
Com isso, o JPMorgan projeta uma receita de US$ 1,827 bilhão no
terceiro trimestre de 2024, incluindo a resolução da arbitragem da
Boeing (US$ 150 milhões).
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